domingo, 2 de fevereiro de 2014

Terras do nosso Algarve - Ameixial

Uma referência que distingue o Ameixial é, sem dúvida o tipicismo do casario que compõe a aldeia, uma das mais emblemáticas da região algarvia e até do país. As suas gentes são acolhedoras e mestras na arte de bem receber.


O Ameixial oferece bons motivos para percursos de descoberta dos seus recursos mais notáveis, ao mesmo tempo que se conhecem os aspectos mais salientes da vida da população local: o património natural e arqueológico e a arquitectura rural.

Tomando a direcção de Loulé, passa pelos montes de Besteiros, Cavalos, Pelados e Rebentão. Antes de chegar a Vale da Rosa, virando para nascente, segue por uma estrada ladeada por eucaliptos que conduz à Figueirinha. Ao chegar, pode ser surpreendido. Se houver vento, o moinho local, velas ao vento, estará em funcionamento. É um dos raros casos de sobrevivência em toda a Serra do Caldeirão. Para regressar à EN 2, tome o caminho por Vale de Luís Neto e Cortiçadas até chegar a Vale da Rosa.O Inverno é a melhor época para ver correr as águas das ribeiras que passam ou nascem na freguesia. A ribeira do Vascanito, que nasce no sítio de Besteiros, passa pelo monte de Revezes e desagua no Vascão um pouco adiante. Perto de Reveses pode admirar o pego das Mitras. No caminho de Revezes até ao Cerro dos Vermelhos, tem sempre a Ribeira do Vascão ao lado.

Identidade

É uma freguesia serrana, na partilha do Algarve com o Alentejo, situada a cerca de meia centena de quilómetros de Loulé, a sede do concelho.

Possui belos montados, abundantes colmeias e caracteriza-se pela sua ruralidade. Existem casas com bonitos elementos decorativos, quer platibandas, quer janelas emolduradas com lajes de pedra.


Localização

Limitada pela ribeira do Vascão a Norte, pela freguesia de Salir a Sul e pelas freguesias de Martinlongo e Cachopo a Leste, situa-se no coração da Serra do Caldeirão, num lugar alto, entre os cabeços da serra, donde se avista Beja.


Actividades Principais

A agricultura de subsistência, própria da Serra do Caldeirão, como na generalidade das fre-guesias limítrofes ocupa praticamente toda a população com idade activa como actividade principal ou complementar. Não falta, também, o artesanato local.


História

O passado desta freguesia é muito antigo, estando amplamente documentado, a partir do Neolítico por numerosos achados arquelógicos.

Destes achados destacam-se algumas inscrições ibéricas e um grande número de objectos que integram a colecção de J. Rosa Madeira.

No entanto, da história do Ameixial, pouco sabe sobre o período subseqüente à reconquista cristã. A primeira data em que o Ameixial é referido como sede de freguesia é em 1747. A instituição da paróquia é posterior ao séc. XIV.


Património Cultural

Núcleo Arqueológico de Corte d’Ouro
A 4 km do Ameixial, na estrada (qual) para Martinlongo, encontra a Corte d’Ouro, onde estão assinalados núcleos arqueológicos.

Anta de Beringel, e Anta da Pedra do Alagar estão localizadas num perímetro de 2 km em redor de Corte d’Ouro, são antigos dólmens do Neolítico com mais de 4000 anos.

Moinho do Pisão, é um engenho de moagem tradicional, existente na Ribeira da Corte, que funcionou entre 1836 e 1986 pela acção da água sobre três rodízios que accionavam os sistemas de moagem.

Casas circulares de xisto e colmo, mais conhecidas pelo nome de palheiros


No ponto mais alto dos montes, pode admirar estas belas construções redondas de xisto com cobertura cónica de palha de centeio escorada sobre traves e sem coluna central.

Igreja Matriz de Santo António é um edifício de traço simples.


Património Natural

Miradouro da Serra do Caldeirão
Proporciona uma paisagem sem igual (na EN 2).

Corte D’Ouro
Vale a pena sair da estrada (EN 2) e seguir os trilhos para desfrutar da paisagem envolvente.

Ribeira do Vascão
Justifica que se abandone o transporte e desça até às suas margens para admirar a paisagem, observar as aves ou fazer um piquenique.



Produtos Locais

A produção de trigo, cevada e centeio excede o consumo local e, nas hortas regadas com as águas das serras, há frutas e legumes em abundância. As colmeias, em grande número, assim como a suinicultura e o gado de lã,são importantes na agro-pecuária.

Gastronomia

Para saborear a gastronomia local, pode optar pelos petiscos das casas de pasto e deliciar-se com os petiscos, onde sobressai o pão caseiro, as azeitonas galegas, os queijinhos secos e o porco, nas suas variantes presunto e chouriças e as refeições são completas. Saborosas sopas de legumes ou açordas, pratos de cabrito ou borrego, galo de campo, coelho ou lebre, perdizes, ou o jantar de grão, os cozidos de feijão com carne de porco. Muitas das receitas têm influência da gastronomia alentejana.

4 comentários:

  1. parabens ao blog e principalmente a esta linda e bela referência da minha terra obg...

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  2. Século XIV? Alguém sabe onde posso consultar essa informação e qual as suas fontes? Muitíssmo obrigada, Catarina Mateus

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  3. Muito obrigado, Sr.º Abilio. Agradeço igualmente as suas palavras. Espero que o conteúdo do blog corresponda às suas expectativas e dos demais leitores.
    Sr.º António Cavaco, a sua aldeia é sem dúvida uma das terras, do Algarve e do País, que vale a pena visitar.
    Cara Isa Mateus, neste momento não consigo precisar que fonte deu origem a essa informação, uma vez que escrevi este e outros posts há algumas semanas, quando tive mais disponibilidade de tempo, e só agora foi possível publicá-lo.
    Costumo usar como fontes, para este género de posts, livros e enciclopédias.

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