segunda-feira, 13 de junho de 2011

Terras do nosso Algarve - Olhão

Olhão é essencialmente uma cidade de gente do mar. Característica pelas suas ilhas, muito procuradas sobretudo no Verão, podemos encontrar em Olhão toda uma marginal com vista para a Ria Formosa, não fosse no Concelho a sede do Parque Natural.
O visitante de Olhão encontra não só praias fantásticas, como encontra e prova (literalmente) o melhor peixe e o melhor marisco do Algarve, sendo aí que se realiza o maior Festival do Marisco do País.


História

Situado na costa, à beira do mar, o "logar de Olhão" foi construído em terreno plano e praia que muitas vezes, durante a maré cheia, se via coberto por um fino lençol de àgua até ao poço. Era um aglomerado de casebres pertencentes a pescadores que, no início do séc. XVIII, o Bispo D. Simão da Gama erigiu em freguesia, separando-o de Quelfes e fundando uma igreja. Esta igreja foi o primeiro edifício de pedra existente no local, no entanto, com os lucros da pesca, em 1790 já todos os casebres tinham sido transformados em casas cúbicas, com chaminés rendilhadas e terraços no lugar dos telhados. Esta aldeia passou a vila em 1808 e o título de Marquês de Olhão foi atribuído ao Conde de Castro Marim, D. Francisco de Mello Cunha Mendonça, por decreto-lei de 12 de Dezembro desse ano. A criação deste concelho, em 1826, não foi pacífica e originou conflitos graves com Faro e Tavira. Dado que o território de Olhão começou por ser formado por duas freguesias de Faro (Quelfes e Pechão), estes últimos tentaram impedir a posse do juiz de fora e da vereação e recusaram-se a entregar os bens e documentos pertencentes ao recém-nascido concelho. No entanto, o papel relevante que Olhão teve durante a guerra civil contra França foi determinante para que, em 1836, Faro se visse forçado a entregar toda a documentação, bens e rendimentos destas duas freguesias. O motivo da discórdia entre Olhão e Tavira foi a Fuzeta. Esta localidade adquiriu o título de freguesia em 1835 e, embora sendo reenvidicada por Olhão, foi integrada no concelho de Tavira. Em 1837, as pretensões de Olhão a integrar a Fuzeta sofreram mais um rude golpe: a Câmara dos Deputados alegou que o povo da Fuzeta desejava continuar a pertencer a Tavira. No final, Olhão não só incorporou a Fuzeta no seu concelho, como também Moncarapacho que, embora pertencendo a Faro, era reenvidicada por Olhão desde 1834.

Os primeiros habitantes de Olhão são, muitas vezes referidos como oriundos de Aveiro, Ovar e ílhavo devido às suas qualidades como pescadores, no entanto, é possível que aqui tivesse existido um povoado muçulmano entre os séculos XI e XII dado que se encontraram conchas, ossos de animais e humanos e parte de uma cozinha e devido à existência de salgas púnicas neste lugar. Por outro lado, ílhavos e ovarinos só podiam ter chegado a Olhão depois do Marquês de Pombal ter iniciado a povoação da sua recém-criada Vila Real de Santo António, altura em que Olhão tinha uma população de cerca de 2 mil habitantes.



Locais de Interesse

Mercado de Olhão é o mais famoso do Algarve para o peixe e o marisco. Os barcos de pesca de Olhão leva diariamente peixe fresco no mercado.


Ermida de Nossa Senhora da Soledade Junto à Praça da Restauração, a Ermida de Nossa Senhora da Soledade, representativa da arquitectura rural, foi primitivamente o templo religioso das gentes do mar. A sua construção é do século XVII e os retábulos dos altares são do século XIX. No seu interior, tem lugar destacado uma imagem de Santa Luzia, do século XVIII, e, na entrada, uma laje esconde um poço cuja água servia para lavar a ermida.

Capela do Santo Espírito De arquitectura simples e barroca, salientam-se, no seu interior, os azulejos coloridos do século XVII e pinturas representando o Coração de Jesus.

Igreja Matriz de Nossa Senhora do Rosário 
Bem no coração de Olhão, a sólida Igreja Matriz ergue-se na Praça da Restauração. Erigida no século XVII, com donativos dos pescadores, tem a particularidade de ter sido o primeiro edifício de pedra da cidade. Na fachada barroca, ricamente decorada com volutas, destaca-se o escudo do frontão, ladeado por dois anjos. À esquerda, a torre sineira supera em altura toda a construção, recortando o céu. 

Chalé de Marim 
Poeta, músico e pintor, João Lúcio é uma figura carismática de Olhão, associada ao Chalé de Marim (ou Chalé Dr. João Lúcio). 
Terá sido ele a construí-lo em 1916 na Quinta do Marim, num pinhal à beira-mar, dois anos antes de morrer.

Museu Paroquial de Moncarapacho 
Anexo à Capela do Santo Espírito, funciona o Museu Paroquial, que muito deve ao interesse pessoal do padre Isidoro Domingos da Silva, que recolheu peças ilustrativas da etnografia local. 
Para além disso, possui importantes peças arqueológicas e uma colecção religiosa dos séculos XVI a XXIII.


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