domingo, 26 de fevereiro de 2012

Terras do nosso Algarve - Aljezur

Extenso rectângulo limitado pelo mar e pela serra, o concelho de Aljezur reflecte, nas suas paisagens, esta dupla influência. Se a orla marítima é marcada pelas altas falésias onde se aninham areais e dunas, o interior é uma sucessão de horizontes cobertos de vegetação. Entre ambos fica uma vasta faixa de vales e charnecas férteis, onde se mantém a tradição do cultivo de frescas hortas, da batata-doce e do amendoim.


Percorrer o concelho de Aljezur é, assim, a oportunidade de recuperar a tranquilidade, de reencontrar o silêncio cortado pelo canto das aves e a melodia das ondas embatendo nas rochas. De apreciar paisagens com o mar como horizonte, campos verdejantes, colinas rescendendo aos perfumes da natureza e coloridas flores silvestres. 

Vila de Aljezur 
No alto do morro, as muralhas do castelo, símbolo das lutas entre mouros e cristãos. Na colina, a quase cascata do alvo casario descendo em direcção à ribeira. Aspectos de Aljezur, vila secular que soube encontrar, na planície em frente, a sua expansão e o seu futuro.



Aljezur é uma vila pequena e tranquila, dominada por um castelo mouro do século X. Está dividida em duas partes e jaz num vale fértil cujos campos formam uma manta de retalhos de várias colheitas agrícolas. 

A partir de Aljezur, podem explorar-se as maravilhosas praias da costa ocidental do Algarve: banhadas pelo Atlântico, oferecem muitas vezes um cenário selvagem e desértico em contraste com os areais mais quentes do Sul. As praias de Arrifana e de Monte Clérigo, de areia fina e rodeadas de penhascos, tornam-se facilmente acessíveis pela estrada mesmo a sul de Aljezur; mais a norte, na fronteira com o Alentejo, a praia de Odeceixe, perto da vila da qual tomou o nome, é abrigada, com o rio Odeceixe a entrar no mar, e uma das preferidas dos praticantes de surf. 

Esta zona mantém ainda uma autenticidade e costumes populares difíceis de encontrar num local à beira mar, conjugando um muito desejado cenário de praia com um bucólico e contemplativo cenário de campo.


Castelo
Erguido sobre um morro sobranceiro à ribeira, com ocupação humana que remonta à Idade do Ferro, assegurava o controlo do porto fluvial que estabelecia ligação com o mar e a defesa da população dos ataques inimigos.
Construído durante o período árabe (séc. X), é um vasto espaço muralhado a que duas torres – uma redonda e outra quadrada – reforçam as defesas. Muito danificado pelo terramoto de 1755. No interior, uma cisterna de forma cúbica coberta por abóbada. As suas muralhas proporcionam amplos panoramas.

Pelourinho
Reconstruído a partir de elementos do séc. XVI.

Igreja da Misericórdia
Reconstruída no séc. XVI, sofreu trabalhos de reconstrução após o terramoto de 1755. Recentemente, foi objecto de importantes obras de conservação interior e exterior. Portal em estilo renascença. Interior singelo. Interessantes bandeiras e mesa da irmandade.

Igreja Matriz
Construção do final do séc. XVIII, origem do núcleo urbano de Igreja Nova. Interior de três naves, com imponente altar-mor. Valiosa imagem de Nossa Senhora da Alva (séc. XVIII) ladeada por duas imagens do séc. XVII, provavelmente provenientes da antiga igreja matriz destruída em 1755. Capelas laterais com retábulos dos sécs. XVII/XVIII, oriundas do antigo convento de Nossa Senhora do Desterro, em Monchique. Pia baptismal manuelina (séc. XVI). Na sacristia, crucifixos dos sécs. XVIII/XIX. Do tesouro sacro faz parte um cofre eucarístico com incrustações de madrepérola e um cálice gótico, a que se adapta um ostensório do séc. XVII.


Casa Museu José Cercas
Quadros e desenhos do pintor José Cercas, natural de Aljezur, e de outros artistas nacionais, mobiliário, arte sacra, faianças. o pequeno jardim é um excelente miradouro do castelo, da várzea e da vila.

Museu Municipal de Aljezur
Instalado no edifício dos antigos Paços do Concelho. Achados arqueológicos traçam a história da presença humana no concelho de Aljezur do período mirense (7.000 a.C.) à Idade do Bronze e à ocupação muçulmana.
Anexa, a Galeria Municipal de Aljezur, com exposições temporárias de arte.

Centro Histórico
Nos arruamentos que acompanham o declive da elevação onde se ergue o castelo, casas características da arquitectura rural algarvia, em que platibandas e vãos de janela coloridos realçam as fachadas brancas. Na base do cego do castelo, a Fonte das Mentiras, associada à lenda de uma bela moura e à conquista da fortaleza.

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