domingo, 29 de maio de 2011

Terras do nosso Algarve - Vila Real de Santo António

Vila Real de Santo António é uma cidade criada em 1774 por Sebastião José de Carvalho e Melo, conde de Oeiras e marquês de Pombal.



Cacela, aldeia medieval de pescadores (também conhecida por Santo António de Arenilha), a sul de Vila Real de Santo António, foi durante muito tempo sede do concelho. Tinha por objectivo defender a entrada do rio Guadiana e era ponto de partida do território português para Espanha. Em 1242 foi conquistada aos Mouros e em 1283 recebeu foral, tendo sido elevada a sede de concelho. Quando o marquês de Pombal decidiu criar Vila Real de Santo António, o principal objectivo era reforçar a presença portuguesa em frente à localidade espanhola de Ayamonte, do outro lado do rio Guadiana. Como esta cidade nova ficava mais próxima da fronteira com Espanha, passou a sede do concelho, em substituição de Cacela.
Outro dos objetivos para a nova cidade era torná-la o centro das reais pescarias do Algarve.
Um dos obstáculos ao desenvolvimento da cidade foi o seu povoamento, o qual só foi possível quase cem anos mais tarde, quando as indústrias de conserva de peixe e de rendas, a construção do caminho de ferro e o porto se desenvolveram.



A nível do património arquitectónico e monumental destacam-se: o edifício da Câmara Municipal; a igreja matriz, que foi construída no século XVIII por ordem de D. José I, sofrendo bastantes modificações desde a sua construção - a igreja atual foi construída já no século XX; o obelisco e a Praça do Marquês de Pombal; o rádio-farol, de onde se consegue um panorama sobre toda a cidade e arredores; e a Cacela Velha, a primitiva sede do concelho, onde são também de destacar a antiga fortaleza, o antigo cemitério, a cisterna, algumas casas particulares e a Igreja Matriz. Esta igreja apresenta uma planta longitudinal de três naves com capelas laterais do lado norte e capela-mor rectangular. A fachada principal, de pano único, com portal de arco semicircular, está ladeada de pilastras capitelizadas lavradas com grutescos a suportar a cornija arquitravada, coroada de fogaréus. Sobre o portal abre-se uma janela moderna de moldura retilínea. A fachada é rematada por uma empena. Na fachada lateral norte, sobressai o portal lateral ogival entre duas capelas; uma das capelas tem adossada a torre sineira de dois registos coroada por cupulim. As coberturas são em telhado de duas águas. No interior, colunas com bases e capitéis oitavados, decorados com bolas e cordas, marcam os cinco tramos e suportam os arcos de perfil quebrado que recebem a cobertura em tetos de alvenaria. A capela lateral, dedicada a N. Sra. dos Mártires, tem um arco em pleno centro, ladeado pelos bustos de S. Pedro e S. Paulo, sendo coberta por uma abóbada artesoada. A capela-mor, com uma abóbada de berço, tem um retábulo de madeira policromada moderno.


Na Quinta da Nora e Herdade de Marcela encontram-se vestígios de dólmenes cobertos rodeados de menires. Segundo a descrição do investigador Estácio da Veiga, o dólmen foi formado por escavação e dividido em três corpos distintos, contíguos e ligados por um eixo que passa pelo centro de todos na orientação nascente-poente.
Neste concelho realizam-se, entre outras, as festas de Nossa Senhora da Encarnação, no primeiro domingo de Setembro, as festas de Nossa Senhora das Dores, padroeira de Monte Gordo, no segundo fim de semana de Setembro, e a Feira da Praia, dentro da primeira quinzena de outubro. O feriado municipal é a 13 de maio, dia da fundação da cidade.

A nível de artesanato destacam-se os trabalhos em cestaria, rendas de bilros, miniaturas de barcos e condessas.
Existe ainda no concelho o Centro Cultural António Aleixo, um espaço de animação cultural, onde se encontra a Galeria Manuel Cabanas, com um conjunto de xilogravuras da autoria deste artista.

Algumas das personalidades ilustres do concelho são o poeta popular António Aleixo (1899-1949) e o Marquês de Pombal, homem de Estado, responsável pela criação da cidade.

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