segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Músicos do nosso Algarve - Íris

Em Julho de 1979, um grupo de 4 rapazes, onde para além de muitos outros só Domingos Caetano da actual formação fazia parte, resolveu formar uma banda que teve como intenção principal, fazer e tocar boa música. Como tantas outras bandas que à altura proliferavam pela região, começaram desde logo por actuar nos bailes e em festas um pouco por todo o Algarve. Assim nasceram os IRIS.


A sonoridade da sua música e a enorme capacidade de comunicação que transmitiam, proporcionou que fossem contratados por um hotel em Vilamoura, onde permanecem como banda residente durante alguns anos.

Durante este período de tempo, o "bichinho" do rock foi soando cada vez mais alto, logo fazendo com que fossem compondo músicas originais, tentado ao mesmo tempo criar uma sonoridade e uma forma de tocar únicas. Foram gradualmente deixando a rotina do hotel e em meados de 1994, começaram a frequentar exclusivamente o circuito de bares, tendo participado em muitas primeiras partes de grandes eventos que iam acontecendo pelo Algarve.

Em Junho de 1994 a banda IRIS teve aquela que até hoje se tornou a sua principal formação: Domingos Caetano nas guitarras e na voz principal; Chico Mesquita nas vozes e no baixo; Thierry Guerreiro na bateria; e finalmente Ray Van Duyvenbode na guitarra acústica e nas vozes.


Em finais desse mesmo ano a banda IRIS começa a trabalhar com António Martinho, que se torna seu empresário e gestor de carreira, tendo com ele iniciado uma longa campanha na busca de uma editora que demonstrasse vontade em apostar nas suas músicas.

Finalmente em Abril de 1995, assinam um contrato discográfico de 3 CD’s com a Vidisco, donde resulta o seu 1º CD intitulado "Vão Dar Banhó Cão", saído em Setembro desse ano e produzido pelo inglês Neal Kay, tendo sido gravado nos estúdios JPN em Faro.

O sucesso deste trabalho surpreende toda a gente e ainda mais os membros da banda, que de um dia para o outro se vêem confrontados com muitas solicitações, quer para a sua participação em programas de rádio, de televisão, entrevistas, quer para espectáculos um pouco por todo o país, quando até ai, tocar era também e quase sempre sinónimo de se ir dormir em casa. Passado algum tempo o CD atinge mais de 20.000 cópias vendidas, tendo a banda sido galardoada com um Disco de Ouro.

É no entanto no ano seguinte em 1996, que este trabalho e o fenómeno IRIS atingem o seu maior impacto. "Oh Mãe, Aquêle Moçe Batê-me", versão da música "The House Of The Rising Sun" imortalizada pelos Animals, foi sem dúvida o tema que fez a diferença, trazendo como maior inovação, as músicas rock cantadas com pronúncia algarvia, levando os "moços marafados" a efectuar mais de 60 espectáculos por todo o pais. É nesta altura que a banda contrata o guitarrista Rui Machado "Max" reforço este, que permite ao Domingos movimentar-se ainda com maior dinâmica e energia em palco.


Dois anos mais tarde em Março de 97, a banda lança o seu 2º CD intitulado "IRIS". Trabalho produzido pela própria banda, que novamente apostaram em "casa" para gravar, uma vez mais utilizando os estúdios JPN em Faro, onde incluem desta vez para além dos já habituais elementos, a participação do teclista João Ruano, do acordeonista Cláudio da voz da Nita, que tal como o Max na guitarra eléctrica, passam a integrar os espectáculos ao vivo da banda. O single "Atira Tó’Mar", versão da música original de Bob Dylan, "Knocking On Heaven’s Door", foi dos temas mais tocadas entre as rádios nesse ano. Uma vez mais é Disco de Prata, com mais de 17.000 cópias vendidas.


Considerada por todos com uma das melhores e mais energéticas bandas em palco, os IRIS percorrem todo o país, deixando um rasto de boa disposição entre todos aqueles que assistiam aos seus espectáculos.

Ao mesmo tempo em Novembro de 1997, a banda IRIS envolve-se em conjunto com outras bandas da sua editora, no projecto "Heróis do Rock" onde a música "Ser Jovem Sem Droga" dá o mote. Com uma intervenção social muito forte, este projecto chama a atenção sobre problemas da Sida e da droga, revertendo uma grande parte das suas vendas, em favor da Liga Portuguesa Contra a Sida.


É então montado um espectáculo, em que o IRIS e todos os participantes do projecto promovem os ideais de uma juventude saudável e sem droga, chamando a atenção dos média e do público em geral, através de eventos realizados de norte a sul do país, sobre o chamado "maior flagelo dos tempos modernos". É nesta altura que efectuam 2 grandiosos espectáculos, que serão só por si, o ponto mais alto das suas carreiras, o Coliseu do Porto e o Coliseu de Lisboa. O CD atinge vendas deslumbrantes e é atribuído aos participantes um Disco de Ouro, numa cerimonia efectuada no Coliseu de Lisboa.

Em Novembro de 1998 o projecto "Heróis do Rock" volta a repetir-se tendo como música de lançamento o tema "Sou Metade Sem Ti". Uma vez mais oferecem parte das receitas à Liga Portuguesa Contra a Sida e uma vez mais o sucesso do projecto é enorme, vendas superiores a 20.000 cópias e um novo Disco de Ouro a ser atribuído aos elementos participantes.

Em Maio de 1999 a banda lança o seu 3º CD intitulado "Intuição". Desta vez foram buscar o produtor Rodrigo Leal, que por esta altura estava nos E.U.A. a produzir o seu álbum, encontrando-se a trabalhar no estúdio do conhecido Nuno Bettencourt. Foi então utilizado o estúdio de gravação Noites Longas no Seixal.

Deste CD foi extraído o primeiro single "Por Ti, Já Não Sei" letra de Salsicha e música de Domingos Caetano, que rapidamente chega aos tops nacionais.

É nesta altura que a banda atinge a sua maioridade. As versões eléctricas de temas da música tradicional portuguesa e os temas originais, todos eles cheios de muita garra e da habitual ironia, o que de resto se tornou numa imagem de marca da banda, levam a que tenham as melhores críticas por parte do público. Os seus espectáculos ao vivo são um misto de emoção, vivacidade e energia, Domingos Caetano prova ser um "front-men" por excelência e a banda ao dar sempre "o tudo por tudo", é convidada a actuar em cada vez mais locais, muitos deles por onde já haviam passado antes

.

Em meados de Setembro desse ano saem da banda o Ray e o João Ruano, sendo o primeiro substituído pelo Cláudio na guitarra acústica e o segundo pelo jovem David nas teclas mantendo-se o Max encarregue da guitarra eléctrica, dando assim continuidade à sua presença no grupo.

O ano de 2000 não trás grandes novidades à vida da banda que continua a tocar em mais uma tournée, que os leva a muitas localidades do país.


Em Março de 2001, o IRIS trouxe o seu 4º CD, produzido pelo João Paulo Nunes e pelo Domingos Caetano, foi escolhido novamente o Algarve para efectuar a sua gravação, desta vez nos estúdios da Sueste Records na Fuzeta.

Este novo CD intitulado "Tá o Mar Fête Num Cão", foi criado como sendo um trabalho de retrospectiva carreira discográfica da banda algarvia, sendo apresentado em forma de CD Duplo e que teve como 1º Single e música de lançamento, o tema "Estou Além" versão livre com arranjos de Domingos Caetano, da música original do mito da música Pop Portuguesa, António Variações.


No CD n.1 deste trabalho encontra-se uma selecção dos melhores temas anteriormente editados pela banda, desta vez com novas misturas e masterizações, junto com 2 temas inéditos "Logo à Tarde", letra de Diogo Noronha e música de Domingos Caetano e um 2º inédito, "Alma Gémea", com letra de Pedro Freitas Branco e música de Domingos Caetano.

O CD n.2 tem um conjunto de 8 músicas ao vivo, cujas gravações foram efectuadas pela banda ao longo dos anos as quais foram recuperadas, misturadas e masterizadas para esta edição.

Para além das faixas áudio, o CD n.2 também inclui uma faixa em CD-ROM, produzida pela Vertente Produções em Faro, onde se podem visionar todos os vídeo-clips da banda, alguns dos quais que nunca tinham sido vistos pelo grande público, isto para além de muitas surpresas e da muito boa disposição com que a banda já tanto acostumou o seu público.

Neste CD-ROM ainda se podem encontrar duas músicas extra, "O Dom Da Vida" letra de Sal Bonner e música de Domingos Caetano, incluído na colectânea "Outros Destinos" editada pela "Direcção Regional do Algarve – SPTT" e o "Comisionado para la Droga de Junta de Andaluzia", patrocinado pelo projecto INTERREG 2; e ainda "As Loucuras Da Deputada" instrumental de Domingos Caetano, esta última gravada especialmente para a colectânea "Guitarristas", que em 1998 foi editada pela Música Alternativa e que todas elas, só poderão ser ouvidas por quem corra o CD no computador.



É nesta altura (2001/2002) que o IRIS promove a grande renovação no seu elenco. Assim, para além dos já conhecidos David Fernandes nas teclas e Cláudio Martins na viola acústica e no acordeon, há na banda um novo grupo de músicos que substituem o Thierry, o Chico e o Max. Eles são Chico Cardoso na bateria, Cláudio Barras no baixo e Virgílio Silva na guitarra eléctrica. É com estes músicos que a banda inicia mais uma tournée nacional que os leva a muitas localidades do país.

Em finais de Junho de 2003, o jovem Bruno Gonçalves passa a fazer parte da banda, substituindo nos teclados o David Fernandes que entretanto tinha saído.

O 5º trabalho discográfico da banda IRIS saiu para as bancas a 14 de Novembro. Uma vez mais este novo CD trará as melodias Rock, as músicas originais e acima de tudo a qualidade e a boa disposição que tem caracterizado os trabalhos do IRIS.

Em 2004 a banda faz muitos espectáculos no continente e ilhas, tendo o guitarrista Sílvio voltado a fazer parte da equipa. A bateria também foi nesta altura entregue ao jovem Hugo.


Em Setembro, foi feita a entrega da Medalha de Mérito Turístico Grau Prata ao Domingos Caetano, numa cerimónia presidida pelo Sr. Secretário de Estado do Turismo, Dr. Carlos Martins, por ocasião das comemorações oficiais do “Dia Mundial do Turismo 2004”, que decorreu no Auditório da Delegação de Faro do Instituto Português da Juventude. A Região de Turismo do Algarve instituiu a atribuição das “Medalhas do Turismo” destinadas a dar público apreço às entidades singulares ou colectivas, públicas ou privadas, nacionais ou estrangeiras, cuja actividade se tenha evidenciado na valorização, dinamização e divulgação do turismo, com manifesto interesse para a Região do Algarve.

Já no final de 2004 o IRIS começa uma nova fase da sua vida, remodelando toda a equipa de músicos. Assim, no baixo ficou o Márinho (músico dos primórdios da banda em 1988), na bateria o Paulo Cardoso, nas teclas o Carlinhos, mantendo-se o Sílvio nas guitarras. Diz quem os ouviu, que a força e a energia doutros tempos, foi recuperada e melhorada.


O ano de 2005 trouxe outro elemento ao grupo de trabalho. O Thierry voltou à bateria e a sonoridade de outros tempos voltou a fazer-se ouvir. 

Foi com ele na bateria que a banda celebrou os 10 anos de cd’s, num espectáculo realizado em Faro, mesma localidade onde tinha sido apresentado o 1º cd “Vão dar banhó cão” em 1995. Assim, no dia 7 de Setembro, exactamente 10 anos depois, a banda realiza um grandioso espectáculo com a participação da Orquestra de Câmara “Ensemble Petrov”, composta por violinos, violas e violoncelos, num total de 10 músicos de formação clássica, assim como da participação do Grupo Coral do Algarve, dirigido pela Drª. Evelina Assenova Kavrakova.

Após um ano intenso de muitos espectáculos, o final da época trouxe todos os músicos ao estúdio para iniciarem a pré-produção, daquele que será o próximo trabalho discográfico.

O ano de 2006 traz a reentrada do João Ruano “João de Lagos” para complementar as teclas, e a substituição do Sílvio pelo Rui Machado que pela segunda vez volta a ser o responsável pelas guitarras.


Em Julho a banda dá um dos muitos espectáculos em que participa a Orquestra de Câmara “Ensemble Petrov”, desta vez para 50.000 pessoas na Concentração Motard do Moto Clube de Faro. Aproveitando o ambiente e as condições técnicas, decidem gravar num só “take”, todo o espectáculo para a possível edição de um CD ao-vivo.

O ponto alto de 2007 foi sem dúvida o lançamento de um CD/DVD gravado ao vivo com a Orquestra de Cordas “Ensemble Petrov”, colocado à venda em finais de Junho, tornando-se assim os IRIS na primeira banda rock portuguesa a gravar ao vivo com uma orquestra de cordas. Aquilo que deveria ser somente um trabalho áudio, depressa se tornou numa edição que inclui uma versão do mesmo espectáculo em formato de DVD, com vários capítulos onde entre outros, se podem ver entrevistas assim como um breve historial da banda.

Pela sua qualidade, este trabalho trouxe o merecido reconhecimento da critica, que já tardava na vida da banda.

Como habitual a banda faz uma tournée com diversos espectáculos por todo o país e ilhas. No final da época do verão a banda entra em estúdio para a pré-produção do seu 7º trabalho discográfico, 6º de originais, cuja edição se prevê aconteça para breve.

2008 - Após mais um período de muitos espectáculos e com a pré-produção do novo trabalho concluída, a banda finalmente inicia as gravações em Novembro nos estúdios da Rockestra – Associação Juvenil em Moncarapacho.

Foram longas horas passadas em estúdio, tendo o trabalho final sido o resultado de um vasto período de maturação (leia-se, dedicação, carinho e trabalho árduo), mas que resulta em mais um marco na história da banda. Domingos continua a ser o motor criativo do projecto, assinando igualmente muitos dos 12 temas que compõem o CD. A seu lado continuam Thierry (Bateria e Percussão), Márinho Pires (Baixo e vozes), Rui Machado (Guitarras) Carlos Guerreiro (Teclas e vozes) e João Ruano (Teclas), contando em alguns dos temas, com a presença de convidados como Sara Gonçalves, Inês Graça e João Ramos (coros), Nuno Ferreira e Bruno Romeira (guitarras) e Beto Kalulu (percussão).


Com as gravações dos 12 temas terminadas em Janeiro, o trabalho ficou definitivamente pronto em Maio de 2009.

Estando o contrato discográfico com a editora de sempre concluído, foi altura da banda iniciar um novo período da sua vida: a busca de um novo parceiro para colocar no mercado o novo cd. Após as várias alternativas encontradas, a banda cedeu os direitos fonográficos do trabalho à editora Espacial, com quem ficará ligada durante o próximo ano.

Em resultado de uma proposta apresentada por uma fã da banda, a jovem Raquel Luís, iniciou-se a elaboração da capa/livreto, tendo todo o trabalho sido concluído pela própria, no início de Outubro.

Com a colocação à venda em inícios de Novembro a banda prepara um espectáculo de lançamento deste novo CD intitulado “Sueste”. Tal como referido nos agradecimentos do cd, “a todos os fãs que nos têm apoiado ao longo destes anos - é para vocês este trabalho”.


Fonte: http://www.iris.pt/

3 comentários:

  1. Belo documento histórico sobre esta banda algarvia. Ainda recordo com saudade as noites em que eles tocavam no Copofonia em Montechoro.

    ResponderEliminar
  2. Recordo com saudades e muita nostalgia as noites de domingo e terças passadas num bar que já não me recordo do nome, mas ficava na rua dos bares em faro, e muitos, mas muitos concertos mesmo que assisti. Bem Hajam

    ResponderEliminar